Foz do Iguaçu, no Oeste do Paraná, figura entre as 140 cidades mais caras do planeta para se viver, segundo levantamento internacional da plataforma colaborativa Expatistan.
O município aparece na 133ª posição do ranking global, que analisa custos com moradia, transporte, alimentação, vestuário, saúde e lazer.
Entre as cidades brasileiras listadas, Foz é a nona colocada, à frente de Bauru e atrás de Salvador.
Curitiba, também no Paraná, ocupa a 116ª posição mundial e a terceira no país, atrás apenas de São Paulo e Florianópolis.
As 10 cidades mais caras do Brasil, segundo a Expatistan:
- São Paulo
- Florianópolis
- Curitiba
- Campinas
- Rio de Janeiro
- Belo Horizonte
- Rio Preto
- Salvador
- Foz do Iguaçu
- Bauru
Motivo
Segundo o professor doutor Sérgio Czajkowski, especialista em comportamento do consumidor e cidades inteligentes, a posição de Foz no ranking é explicada por uma combinação de fatores, como turismo internacional, valorização imobiliária e pressão de serviços.
“A cidade vive uma realidade única. Com as Cataratas do Iguaçu, a Usina de Itaipu e a fronteira com Paraguai e Argentina, recebe um fluxo intenso de turistas e compradores diariamente”, analisa.
Esse movimento constante aquece a economia local e atrai investidores, mas também eleva custos para os moradores.
A alta demanda por hospedagens temporárias, impulsionada por plataformas como o Airbnb, pressiona o mercado imobiliário e empurra famílias sem imóvel próprio para bairros mais afastados. Estudos apontam que o custo mensal de uma família de quatro pessoas em Foz gira entre R$ 10,2 mil e R$ 10,5 mil.
A proximidade com o Paraguai e a Argentina cria uma dinâmica peculiar.
Muitos moradores atravessam diariamente a Ponte da Amizade para fazer compras em Ciudad del Este, aproveitando preços mais baixos em combustíveis, alimentos e eletrônicos.
Essa conurbação informal também impacta o comércio local, que precisa competir com os valores praticados do outro lado da fronteira.
Apesar dos custos elevados, Czajkowski afirma que isso não afasta investidores.
“O custo de vida alto pode empurrar moradores de baixa e média renda para regiões periféricas, mas não desestimula quem busca oportunidades. Se o retorno financeiro é viável, o investidor aplica recursos e retroalimenta o desenvolvimento da cidade”, explica.
Com informações do GDia










