
O consultor e pesquisador na área de peixes Domingo Fernandez, a pedido do Não Viu?, explica como podem ser evitados em 95% os ataques de piranhas nas praias artificiais do Lago de Itaipu.
O problema está se tornando cada vez mais sério e pode levar até à interdição dessas praias, como é o caso da de Santa Helena.
Vejam abaixo o que Domingo aconselha.
As piranhas do gênero Serrasalmus (com duas espécies no Reservatório da Itaipu) costumam desovar entre novembro e fevereiro. Elas usam plantas aquáticas e troncos como substrato para os ninhos e como refúgio dos alevinos.
Esse gênero de piranhas tem comportamento de cuidado parental (país cuidam da prole por algum tempo), por isso podem ocorrer acidentes com banhistas.
O melhor método para minimizar isso é a limpeza ou retirada das plantas aquáticas submersas na zona de banho. Isso pode ser feito por equipes munidas de um barco e ancinhos (rastelos) para remoção das plantas submersas (macrófitas).
A colocação de redes nos meses de banho não impediria a entrada de alevinos que cresceriam dentro das redes.
A limpeza na Praia se Santa Helena era realizada por três grupos de pescadores artesanais locais, contratados pela prefeitura.
Usavam os próprios barcos, ancinhos e luvas para remover as macrófitas das áreas frequentadas por banhistas.
Realizavam os trabalhos diariamente, de segunda a sexta-feira, de novembro a fevereiro.
Santa Helena tem a maior praia artificial da Região, em Entre Rios a área é menor, talvez com uns dois grupos de pescadores (dois ou três em cada grupo) seja o suficiente para resolver o problema.
O pagamento era um salário mínimo por mês para cada um, mais combustível para os barcos e refeições.
Isso reduzia os acidentes em 95%.