
A Universidade Federal da Integração Latino-Americana (UNILA) é vizinha de um dos últimos locais de conservação da Mata Atlântica: o Parque Nacional do Iguaçu. Dentro do bioma da Mata Atlântica, o Parque conserva um dos maiores trechos de vegetação original da ecorregião da Floresta do Alto Paraná, hoje reduzida a menos de 5% de sua área original no Brasil.
Mesmo com as áreas preservadas reduzidas, a região abriga, conforme dados do ICMBio, mais de 250 espécies de borboletas, 45 mamíferos, 12 serpentes e mais de 200 espécies de aves.
Por isso, tornou-se parte da missão de muitos pesquisadores da universidade desenvolver investigações sobre a riqueza da flora e da fauna da região.
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2 – Como os sapos podem ajudar no planejamento urbano e rural de Foz
Coordenado pelo professor Michel Varejão Garey, um projeto de pesquisa da UNILA busca avaliar como as mudanças no uso do solo influenciam na biodiversidade de anuros, ou seja, de sapos e rãs, no Oeste do Paraná.
Além de serem importantes agentes de controle de pragas agrícolas e vetores de doenças, esses animais são bioindicadores de qualidade ambiental. Por isso, espera-se que a pesquisa possa ajudar no planejamento urbano e rural do município, melhorando a qualidade de vida dos iguaçuenses. “Manter as populações de anfíbios significa ter mais predadores naturais para pragas agrícolas, controle de mosquitos transmissores de doenças e controle de eutrofização (crescimento excessivo de plantas) de corpos d’água”, explica Garey.
Atualmente, a pesquisa envolve dois docentes, três alunos de mestrado e seis estudantes de graduação. O trabalho começa nas poças, lagos e brejos onde são realizadas coletas de girinos, durante o dia, e coleta de anuros adultos à noite. Alguns resultados parciais mostram que, em Foz do Iguaçu, são encontradas 15 espécies de anfíbios, o que representa 40% das espécies conhecidas no extremo Oeste do Paraná.
“Verificamos que a variação na composição das comunidades de anfíbios está associada, principalmente, às características da paisagem. Corpos d’água próximos a áreas de mata possuem uma anurofauna distinta das áreas sem manchas de vegetação.
Portanto, nossos resultados ressaltam a importância de criar e conservar as áreas de mata, para a manutenção das comunidades de anuros em ambientes urbanizados”, analisa o docente. Em breve, a equipe irá divulgar os resultados sobre a anurofauna da área rural do município. Em 2019, os pesquisadores também irão começar as amostragens na área do Parque Nacional do Iguaçu.