
O jornal O Estado de S.Paulo, na edição de hoje (24), traz uma matéria bem interessante sobre a forma como a população do Paraguai vem se manifestando contra a corrupção no país vizinho. O texto, na verdade, é uma reprodução de uma matéria publicada no jornal The New York Times.
Segundo o jornal, enquanto outros países sul-americanos conseguiram reduzir a corrupção, as frágeis instituições do Paraguai deixaram a nação desprotegida. Maria Esther Roa, advogada criminalista, e um grupo de ativistas, decidiram transformar a humilhação pública em uma ferramenta mais eficaz que os processos criminais.
Seu primeiro alvo foi o senador José María Ibañez, que em agosto sobreviveu a um impeachment, mesmo admitindo uso de dinheiro público para pagar salários de empregados privados. Na noite posterior à votação, Roa e seus ativistas reuniram-se diante da casa de Ibañez para exigir sua renúncia.
A casa do congressista foi coberta por papel higiênico e ovos. “Limpem-se”, disse Roa, descrevendo o simbolismo do papel higiênico. Quanto aos ovos, “o cheiro é agressivo e as lembranças do protesto permanecem por dias”, explicou ela, com um sorriso. Em seguida, veio a surpresa: Ibañez renunciou.
Ele foi o primeiro de três senadores acusados de corrupção a deixar o cargo.
Ainda segundo o texto do Estadão, depois que os vídeos dos protestos se espalharam, muitos políticos começaram a ser impedidos de entrar em restaurantes e suas mulheres não são mais bem-vindas em salões de beleza e processos engavetados nos tribunais passaram a transcorrer numa velocidade incomum.