Os bares da vida – Parte II
*Por Carlos Alberto Galetti
Hoje, me permito falar de alguns bares do Rio de Janeiro, claro que não todos, pois me tomaria um certo tempo. Então, vamos passear pelos bares da vida do Rio.
Não vamos ao Boteco da Vila, na linda Vila Isabel, bairro tradicional da cidade.
Nem Universidade do chope, vamos aos “pés inchado, cospe grosso”, como chamamos os bares bem humildes da terrinha.
Comecemos com o Bar do Enterro, tradicional boteco que fica entre a capela mortuária de Inhaúma e o cemitério do mesmo nome. Imagine a facilidade, o féretro segue e arrasta os amigos do defunto que estavam no bar.
Ah! O Bar do Adônis, em Benfica. Melhor tira-gosto do lugar, tem gente que vem da zona sul saborear as delícias do bar, naquele subúrbio calmo, mas nem tanto.
Próximo dali tem uma grande concentração de bares, a Cadeg. Um mercadão popular, com centenas de lojas e bares, uma junção perfeita, faz-se compra e antes, durante ou depois, se toma uma, ninguém é de ferro.
Semelhante à Cadeg temos o mercadão de Madureira, sede do Bloco das Piranhas no carnaval, homens travestidos de mulheres, fazendo a festa ou se revelando.
No Encantado tem o Rei do Bacalhau, um bolinho incomparável, acompanhado de vinho ou cerveja, vai ao gosto do freguês. Em Vicente de Carvalho tem o bacalhau do Neca, lá na terra do falecido Escadinha, no pé do Morro do Juramento.
Poderíamos ir à Marechal Hermes, uma boa concentração de bares ou adegas, com petiscos da melhor qualidade.
Que tal dar uma esticada à Realengo, vizinha da Vila Militar, com bares com tira-gostos tradicionais, tais como moela, jiló e torresmo, torresmo daquele entremeado de carne.
Vamos dar uma chegada no Centro da Cidade, lembro que tem de ser de segunda a sexta, final de semana nem pensar. Imagine bar que só funciona dia útil.
Comecemos pelo “Bar Bunda de Fora”, bar pequeno, cujo balcão tomou parte da entrada, então o cristão fica em pé no balcão e com a bunda de fora.
O tira-gosto é perfeito, a cerveja é gelada e a vista é só gente indo e vindo. Imagine a muvuca nas sextas?
Outro que merece destaque é o Bar da Sardinha, você é capaz de imaginar o que serve lá? Pois é, sardinha frita, bem torrada, com cerveja gelada e um trago pra abrir o apetite. Coisa de louco de bom.
Terminado o passeio, prometo a volta pra falar de Foz.
Inté!
*Carlos A. M. Galetti é coronel da reserva do Exército, foi comandante do 34o Batalhão de Infantaria Motorizado. Atualmente é empresário no ramo de segurança, sendo sócio proprietário do Grupo Iguasseg.
Vivendo em Foz já há mais de 20 anos, veio do Rio de Janeiro, sua terra natal, no ano de 1999, para assumir o comando do batalhão.