Na manhã do último sábado (02), Foz do Iguaçu perdeu um dos seus cidadãos mais importantes.
Narciso Valiati, depois de quase vinte anos de luta contra a esclerose múltipla, nos deixou, mas deixou para a cidade um legado que merece ser destacado e registrado, para que nunca seja esquecido.
Se é assim, então é preciso deixar registrado que Narciso foi um dos principais responsáveis pela criação da então Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas de Foz do Iguaçu, a Facisa, o embrião do que viria se tornar o atual campus da Unioeste em Foz do Iguaçu.
Como sempre foi um obstinado e, não raramente, teimoso em alcançar os objetivos que traçava, Narciso, diante da falta de dinheiro da prefeitura para reformar a escola Barão do Rio Branco, com a finalidade de acolher a faculdade que nascia, simplesmente, botou a mão no bolso e pagou uma boa parte da reforma da escola.
Ele era assim: não media esforços pessoais pelas causas que abraçava em favor de Foz.
Mas não parou por aí. Como sempre buscou a excelência, quis uma faculdade de alto nível para a cidade. Foi atrás do melhores professores nas capitais do país. Resultado: a grande maioria dos profissionais formada pela Facisa se destacou, e se destaca até hoje, pela qualidade do que empreendem.
No dia 07 de junho de 2019, completaremos 40 anos de ensino superior em Foz do Iguaçu, graças a Narciso e a alguns abnegados professores e empresários que foram à luta para conseguir a aprovação dos cursos de Administração e Ciências Contábeis da Facisa.
Inquieto, vendo a situação difícil que o município vivia (e vive até hoje?) devido às várias crises econômicas do Brasil, Narciso, no comando da Associação Comercial e Industrial de Foz do Iguaçu (Acifi), foi aonde era preciso para resolver a situação, bancando do próprio bolso as todas as despesas de viagem – assim como outros empresários que o acompanhavam.
Foi também, como presidente da Acifi, o responsável pela criação do Conselho Comunitários de Segurança, cuja existência, embora tenha sido um êxito, foi definhando ao longo dos anos.
Narciso criou, ainda, também como presidente da Acifi, o Conselho da Mulher Empresária, o primeiro embrião que veio prestigiar e reconhecer o trabalho das empresárias de Foz do Iguaçu no desenvolvimento da economia local.
Enquanto ainda tinha forças para se locomover, encontrou no Clube Hípico um novo objetivo para seu espírito inquieto. Como presidente, primeiro resolveu o problema da área ocupada pelo clube. Depois, como sempre buscou o melhor para a cidade, trouxe para Foz grandes cavaleiros e amazonas, em competições que entraram para o ranking nacional do hipismo.
Mas cabe aqui uma reflexão e uma pergunta: o que Narciso teria feito se não tivesse de enfrentar problemas de saúde? Para quem o conheceu, é bem provável que esteja pensando que Foz do Iguaçu estaria melhor do que está hoje, pois enfrentar desafios parecia ser a sua sina.
Particularmente, externar toda a gratidão que este editor do Não Viu? tem por Narciso Valiati e a esposa dele, Maeli Chibiaque Valiati, é quase impossível, pois essa gratidão é enorme e, no mínimo, mereceria um livro de centenas de páginas.
Valeu, Narciso! Obrigado, Maeli!