
A empresa Neue Technologie, incubada no Parque Tecnológico Itaipu (PTI), está desenvolvendo um dispositivo eletrônico que visa garantir o controle do transporte da cadeia produção leiteira. O objetivo é assegurar que o leite chegue ao destino em quantidade e qualidade ideais para comercialização e consumo.
A tecnologia foi idealizada a partir das necessidades levantadas com empresas da região oeste do Paraná – que detém 22,5% da produção de leite do Estado, segundo dados do Programa Oeste em Desenvolvimento – que buscam nas inovações tecnológicas novas formas de garantir que o produto seja transportado em segurança e sem qualquer tipo de intervenção não programada durante o trajeto.

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De acordo com o gestor de processos da empresa, Aécio Flávio de Paula Filho, entre os principais problemas identificados no setor estão os casos de adulteração físico-química do leite a partir da adição de conteúdos não autorizados como água, ureia, soda cáustica, bicarbonato de sódio e outros componentes químicos prejudiciais à saúde. A legislação brasileira não permite que sejam adicionadas substâncias ao leite do momento da ordenha até a chegada na indústria.
Com a utilização do dispositivo, o processo de rastreabilidade da matéria-prima inicia com a coleta de amostras na propriedade rural e segue até o caminhão transportador. São realizadas medições de volume e temperatura e testes de Alizarol, além de armazenar amostras para outros tipos de análises. Os dados são transmitidos em tempo real e podem ser analisados tanto pelo produtor quanto pelo destinatário. Além disso, durante o deslocamento é possível realizar o acompanhamento de todo percurso.
O Paraná é o segundo maior produtor de leite do País com mais de 200 laticínios, dos quais em torno de 70% são pequenos e médios. Segundo dados do Departamento de Economia Rural, o Estado fechou o ano de 2018 apresentando exportações de lácteos muito inferiores à importação. Sendo 9.806 toneladas de láteos importadas a mais do que as 1.611 toneladas exportadas, ou seja 86%.
Além da competitividade e da logística, uma das questões mais críticas enfrentadas pela categoria é justamente o histórico de fraudes sanitárias durante o transporte do leite. O oeste paranaense não possui um grande número de casos constatados, o mesmo não ocorre em outras regiões do Estado. “Nosso equipamento tem potencial para tornar-se uma ferramenta estratégica no combate a esse tipo de ação, não só no Paraná como em outros estados brasileiros”, destacou Aécio, que também é engenheiro agrônomo.