As sucessivas administrações (populistas?) de Foz do Iguaçu, desde 2010 até agora (Paulo Mac Donald Ghisi, Reni Pereira, Chico Brasileiro e seu fiel escudeiro Nilton Bobato), silenciosamente, promoveram um dos maiores aumentos de impostos municipais da região Oeste do Paraná.
A pedido do Não Viu?, o especialista em estatísticas, professor Carlos Kossar, fez uma radiografia da arrecadação de Foz do Iguaçu, com base em dados do Ipardes.
Esse levantamento revelou que, em suma, além desse arrocho astronômico, o maior problema do município não é falta de dinheiro, mas de gestão, pois Foz arrecada mais que a vizinha Cascavel, mas, praticamente, todos os recursos são gastos em pessoal e custeio, sobrando apenas 3,48% para investimento com recurso próprio.
Vale a pena conferir o que mostra Kossar, não só como informação, mas também para servir de argumentos com a finalidade de questionar os aumentos abusivos dos impostos municipais, que os moradores de Foz têm de pagar.
Vamos ao que revelou Kossar.
A tabela abaixo demostra o desempenho da Receita Corrente de Foz no período de 2010 a 2018. Analisando os dados, verificamos que:
1 – Os contribuintes do município participavam, em 2010, com 98,25 milhões de reais (19,63% do total da Receita), porém, em 2018, essa participação subiu para 341,21 milhões em 2018 (33,42% do total), evidenciando um crescimento de 247,27% para uma inflação de 69,03% no período. Estes dados demonstram que houve um verdadeiro arrocho fiscal no contribuinte do município, fruto de uma aliança perversa dos governantes eleitos com uma elite burocrática de servidores que comandam o Orçamento;
2 – A participação de ITAIPU na receita do município cresceu em função do aumento da produção de Energia, pois nestes últimos anos bateu recordes de geração, isto fez com que o ICMS (72% provenientes da geração de energia) dobrasse de valor, passando de 92,69 milhões de reais, em 2010, para 180,63 milhões de reais em 2018;
3 – As chamadas transferências (governos federal e estadual) ficaram com crescimento abaixo da inflação no período, caracterizando uma instabilidade destes recursos ou possíveis quedas em função da crise econômica que vem atingindo o país desde 2015.
As diferenças entre Foz e Cascavel (veja na tabela abaixo)
1 – No período de 2010 a 2018, a cidade de Foz foi totalmente injusta com seus contribuintes em relação à cobrança do IPTU, se comparada com Cascavel. A diferença é enorme. Foz arrecadou a mais do que Cascavel R$ 97,52 milhões em IPTU. Ou seja: o contribuinte de Foz pagou R$ 1.437,05, per capita, a mais do que os cascavelenses;
2 – Cascavel emprega 38.179 trabalhadores no setor privado a mais que Foz, isso representa um volume de massa salarial de R$ 9,29 bilhões superior. Por isso, no mercado da vizinha cidade, foram injetados o dobro de dinheiro na economia local;
3 – A politica salarial da Prefeitura de Cascavel é mais ajustada com a do setor privado, isso permite um crescente aumento no número de servidores e uma consequente melhora no atendimento de seus munícipes. Totalmente ao contrário do que ocorreu, neste período de 9 ano,s em Foz, pois a média salarial dos servidores de Foz é a segunda do Paraná e sempre esta no limite prudencial, o que limita a contratação de novos servidores;
4 – Se Foz do Iguaçu tivesse adotado a mesma politica salarial de Cascavel, geraria uma economia de 623 milhões de reais no período de 2010 a 2018.