Uma reportagem do portal G1, que pode ser vista aqui, sobre a invasão da espécie do maior peixe de escamas de água doce do mundo, o pirarucu, na Bacia do Rio Grande, uma das afluentes do Rio Paraná, levou o Não Viu? a investigar se ela pode atingir o Lago de Itaipu.
Infelizmente, isso pode ocorrer e o único meio de atenuar a invasão será por intermédio da pesca e do consumo.
O pirarucu pode pesar até 200 quilos e chegar a medir até três metros de comprimento e tem potencial de devastar as espécies nativas da Bacia do Paraná dessa espécie.
Vejam o que diz o consultor Domingo Rodriguez Fernandez, médico Veterinário, com Mestrado em Ciências da Pesca e Doutorado em Zoologia.
“Um problema recente na Bacia do Paraná, ou melhor, na Bacia do Rio Grande (formador do rio Paraná) é a descoberta da introdução do pirarucu (Arapaina gigas) espécie carnívora nativa da Bacia Amazônica, no Reservatório de Água Vermelha (a 80 km da confluência com o Paranaíba e da formação do Rio Paraná).
Aparentemente, isso ocorreu pelo rompimento de um açude com 300 exemplares adultos de pirarucu há cerca de três anos. Hoje, já se observaram exemplares jovens resultados da reprodução natural da espécie.
Por ser um carnívoro podendo chegar a 200 kg, ele é uma ameaça às espécies nativas da região e, se o pirarucu se adaptar as temperaturas mais baixas, será apenas uma questão de alguns anos, para ele colonizar os ambientes abaixo de Água Vermelha e chegar ao rio Paraná e seus Reservatórios, incluindo Itaipu.
O único manejo possível será a pesca e o consumo das espécies invasoras, para retardar o tempo para a ocupação do ecossistema.
Há também notícias de captura de outra espécie amazônica na Bacia do Paranaíba, a piarara (Phractocephalus hemeliopterus), um grande bagre carnívoro também originário da Bacia Amazônica.
Estas introduções podem reduzir a pesca das espécies nativas da Bacia do Paraná, devido à predação pelas novas espécies vindas da Amazônia.
O único manejo possível será a pesca e o consumo das espécies invasoras, para retardar o tempo da ocupação do ecossistema.
É importante conscientizar os piscicultores para não introduzirem espécies de outras Bacias na Bacia do Paraná”.