Esta segunda parte sobre o comportamento do eleitorado de Foz do Iguaçu, feita pelo especialista Carlos Kossar, a pedido do Não Viu?, é um convite para refletir o que poderá acontecer nas eleições deste ano.
Vamos ao que diz Kossar.
Histórico dos pleitos, a partir da eleição para prefeito de Foz do Iguaçu revela que:
1 – Na disputa acirrada no ano 2000, o eleitor aposentou o grupo do candidato Sérgio Spada, e elegeu Samis da Silva, em razão do péssimo desempenho do prefeito da época, Harry Daijó, no comparativo com a gestão anterior, de Dobrandino Gustavo da Silva, pai de Samis. Neste mesmo pleito, parte significativa do eleitorado vota em Paulo Mac Donald (vice- prefeito na gestão Daijó);
2 – Na disputa de 2004, Paulo consegue agregar em torno de sua candidatura um pool de partidos, chamado de Frentona, para a disputa com Samis, que representava a dinastia dos Silvas (já tinham governado o município por 12 anos). Paulo venceu a eleição por pequena diferença;
3 – Na disputa de 2008, Paulo é reeleito com facilidade. Assim o eleitor aposentou definitivamente o chamado grupo dos Silvas. Neste mesmo pleito, eleitores que abandonaram os Silvas e não simpatizavam com Paulo começavam a migração de seus votos para Reni Pereira (reeleito deputado estadual em 2016, devido ao sucesso da gestão de Paulo);
4 – Na disputa de 2012, Paulo, no ímpeto de dar continuidade a sua dinastia, lança Chico como candidato, considerado na época como praticamente eleito, devido sua atuação no setor de Saúde, uma das principais realizações do governo de Paulo, cujo feito principal foi a construção do Hospital Municipal, além de contar com apoio da Itaipu (Jorge Samek), do governo de Dilma Housseff e ministros, e do ex-presidente Lula. Porém, todo este magistral apoio ao candidato Chico de nada valeu. Reni venceu;
5 – Na disputa de 2016, coma a desastrosa gestão criminosa de Reni, tudo indicava a volta triunfante da dinastia de Paulo. No entanto, o que ninguém esperava ou acreditava aconteceu: o rompimento das duas principais lideranças do trono, Paulo e Chico se separaram e partiram para uma eleição tipo “cara ou coroa”, parecida com uma birra infantojuvenil. Como Paulo estava “sub judice”, o pleito foi anulado. Nesse pleito, surge, então, o empresário Philipe Mansur, que obtém os votos de significativos 17% do eleitorado;
6 – Na disputa de 2017 (suplementar), tudo indicava que Mansur iria aposentar a dinastia Paulo e Chico. Mas, como ingênuo, Mansur cometeu um erro capital: sua aliança com Paulo o fez perder o encanto com eleitorado. O eleitor não aprovou essa aliança. O novo (a esperança) ficou travestido de roupa usada e o eleitor resolveu continuar apostando no velho e menos desgastado. Elegeu Chico.