No domingo, 01, o Iate Clube Lago de Itaipu promove a 10ª Pesca de Casais. Esse tipo de competição sempre chamou a atenção do blog, pelo fato de adotar a modalidade pesque e solte, quando se trata de tucunaré.
Então, para matar a curiosidade, o Não Viu? consultou um especialista no assunto, Domingo Fernandez, cujo currículo pode ser conferido no final desta nota.
Em suma, ele disse o seguinte:
1-) O Tucunaré uma espécie exótica (ou seja proveniente da Bacia Amazônica) e carnívora (ictiofaga), que habita áreas rasas e estruturadas (troncos e estruturas submersas) e tem cuidados parentais (cuida da prole);
2-) No Reservatório de Itaipu, ocorrem duas espécies de tucunaré e, talvez, um híbrido entre ambas;
3-) Não há proteção legal ou período de Defeso para espécies de fora da Bacia do Paraná (exemplos: tucunarés, curvina, piauçu, bananinha, tilápia, carpa, etc);
4-) A sobrevivência da captura e soltura do tucunaré varia entre 20% a 80%, dependendo do esforço realizado para a captura, do tempo utilizado e as condições do viveiro da embarcação caso utilizado. Quanto maior o tempo e o esforço, menores as chances de sobrevivência pós soltura;
5-) Não há necessidade de soltura, mas, se for soltar, é melhor soltar próximo ao local de captura, pois a espécie é territorialista;
6-) Como os tucunarés e as curvinas não são espécies nativas da nossa região, na minha opinião, salvo por outro motivo, devem ser capturadas e consumidas.

Domingo Fernandez é Médico Veterinário formado na UFPR, em 1983; mestre em Ciências da Pesca pela Universidade de Nagasaki, em 1987; especializado em aquicultura pela Auburn University Alabama, Estados Unidos; e doutor em Zoologia pela UFPR em 2000. Trabalhou 28 anos na Divisão de Reservatório da Itaipu Binacional. Atualmente está aposentado, mas presta consultoria na área de ecossistemas aquáticos para as hidrelétricas de Jirau ( Rondônia) e Yacyreta ( Argentina e Paraguai) e para o projeto da futura Hidrelétrica de Bem Querer ( Roraima).