
Apesar de 95%, ou mais, das ações na área de assistência social da Itaipu Binacional serem direcionadas para Foz do Iguaçu e região, o Não Viu? apurou que, em 2014, a Assessoria de Responsabilidade Social da Itaipu, criada na gestão petista da usina para ajudar os menos favorecidos, gastou com viagens, entre passagens e diárias, mais do que foi investido no Programa do Voluntariado Empresarial, criado para incentivar os funcionários da empresa a fazerem trabalhos voluntários.
Em 2014, a Assessoria de Responsabilidade Social efetuou 35 viagens de vai e vem entre Curitiba e Foz do Iguaçu, que custaram R$ 60 mil entre passagens, diárias e outras despesas. O valor é excessivamente alto, se comprado, a título de exemplo, com os R$ 30 mil que a Itaipu gastou em oito projetos criados pelos empregados voluntários, para atender cinco instituições sociais de Foz do Iguaçu, duas de Medianeira e uma de Santa Helena, no ano de 2017.
Mas essa aparente incongruência não para por aí, por isso merece uma análise especial: em 2014, no total, essa assessoria gastou R$ 196.322,89 em passagens, diárias e despesas. Esse valor é quase o dobro do que foi gasto com Programa do Voluntariado Empresarial nesse mesmo ano.
Em 2014, esse programa gastou, segundo o Relatório de Sustentabilidade da empresa, US$ 45.397,29. Fazendo as contas, como o dólar nesse ano variou entre R$ 2,382 e R$ 2,639, o gasto total do programa foi de aproximadamente R$ 113 mil. Ou seja: um pouco mais da metade dos R$ 196 mil gastos com viagens.
Entre esses gastos de viagens, vale ressaltar, estão incluídos deslocamentos para São Paulo, Blumenau, Florianópolis, Cuiabá e, por incrível que pareça, para Nova Iorque (EUA) e Adis Abeba (Etiópia).
Vale ressaltar, também, que essas viagens internacionais podem estar relacionadas às várias edições anuais da Conferência Mundial do International Association for Volunteer Effort (IAVE), realizadas mundo afora, nas quais a Itaipu envia empregos da área para apresentar os projetos que desenvolve na área de voluntarismo.
Será que é preciso gastar dinheiro dos consumidores de energia elétrica com tantas viagens? Fica a pergunta ao novo diretor-geral brasileiro, general Silva e Luna.