Texto atualizado hoje (12), com mais dicas do professor de Estatística Pesqueira na Universidade Federal do Pará, Miguel Petrere Jr, o melhor Bioestatístico ao sul do Equador.
Muitos pescadores esportivos estão soltando exemplares de dourado, depois que os capturam. Uma medida muito importante nesse período da piracema, época de reprodução dessa espécie.
Por isso, o Não Viu? consultou os especialistas na área de peixes Domingo Fernandes e Miguel Petrere Jr, para dar umas dicas de como aumentar as chances de sobrevivência de um exemplar de dourado capturado e solto.
Vamos ao ele disse.
“A espécie dourado (Salminus brasiliensis) tem as fêmeas com crescimento mais rápido que os machos. Já foram registradas fêmeas com mais de 24 kg de peso, enquanto os machos dificilmente passam dos 10 kg.
Para aumentar as chances de um exemplar sobreviver à captura, por pesca de vara e anzol, é importante:
1-) Evitar o gasto excessivo de energia por parte do peixe: procure dar linha quando o peixe fizer esforço e use o barco para chegar até ele e não trazê-lo na marra, se isso for demorar demais;
2-) Sempre erguer e manejar o peixe na horizontal (como na foto acima), evitando o rompimento ou lesões nos órgãos internos (veja a foto acima);
3-) Verificar se o anzol causou algum tipo de corte profundo ou hemorragia;
4-) Usar anzóis sem farpa, circulares ou a igarateia para evitar o sangramento de vasos sanguíneos das brânquias ou da garganta;
5-) Liberar o peixe se possível ainda dentro da água, para evitar o estresse térmico e a redução na oxigenação, com o auxílio de um puça, por exemplo;
6-) Se tocar o peixe, use uma luva macia, para evitar a perda do muco e de escamas.
Com isso em mente, as chances de recuperação de uma operação de pesque e solte saltam de 20 a 30% para 80 a 90% do exemplar seguir seu ciclo natural e desovar.”