
Os ambientalistas da Argentina estão em estado de alerta máximo.
O Conselho Federal de Turismo e o Conselho Federal de Meio Ambiente têm projetos para construir infraestrutura turística dentro do Parque Nacional Iguazú e de outras áreas de proteção permanente, informa o site argentino El Território, em matéria com o título “Polêmico projeto da Nação favorece construir dentro do Parque Iguazú”.
O projeto tem nome (“Oportunidades naturais, investimento privado para o desenvolvimento de serviços turísticos em áreas protegidas””. E já foi até apresentado e bem recebido por possíveis investidores na feira World Travel Market de Londres, Inglaterra.
O subsecretário de Misiones, Fabio Zapelli, defendeu a ideia do governo argentino. “(O projeto) transforma as áreas protegidas em destinos da natureza, sempre dentro do turismo sustentável. Ninguém vai destruir o Parque Iguazú.”
Antes de falar o que pensam os ambientalistas argentinos, mais alguns pontos da proposta.
+ O projeto inclui o Parque Nacional Iguazú e outros parques nacionais e várias áreas protegidas
+ Haverá exigências para proteger o meio ambiente e não gerar impacto ambiental
+ No Parque Nacional Iguazú, seriam passados à iniciativa privada cerca de cinco hectares, aproximadamente, com sugestão aos empreendedores de utilizar madeira, chapa, vidro, tela ou lona
+ Outro projeto prevê hospedagens no encontro da selva com o rio, antes e depois das Cataratas
+ O projeto é aberto a investidores nacionais e estrangeiros
Os ambientalistas falam

A Fundação Amigos do Parque diz que tanto no Iguazú como em outros parques nacionais, querem montar projetos dentro de áreas protegidas, fomentando a criação de vilas turísticas “e avançando dentro da natureza”.
No Parque Nacional Iguazú, há projetos de licitação de seis (e não cinco) hectares de áreas “socialmente e ambientalmente sensíveis, como o o camping Ñandú, que historicamente era um espaço utilizado por iguazuenses para refrescar-se durante o verão.
Outro espaço que se pretende entregar à iniciativa privada é o camping Yaguareté, na entrada das Cataratas, com aproximadamente cinco hectares.
Camping de luxo
Nesse local seria incluído um glamping (uma espécie de acampamento de luxo), que incluiria alojamentos tipo cabanas com lugares para até oito pessoas, atendidas por serviços gastronômicos, quiosques, merchandising, estacionamento, excursões em bicicleta, caminhada na selva tanto e dia comoo de noite.
Além da questão ambiental, os opositores a essas ideias dizem que as vilas turísticas evitarão que o turista conheça a cidade, já que terá tudo no próprio local. Isso prejudicaria o município e a província, pois os empreendimentos não pagarão tributos ao município nem fomentarão o movimento turístico da cidade.
Ninguém dos parques nacionais optou por fazer declarações públicas, mas o site El Territorio diz que a novidade “caiu como um baldaço de água fria” no Parque Nacional Iguazú, porque essas iniciativas poderiam afetar diretamente a flora e a fauna em perigo de extinção.