Planta nativa paraguaia faz crescer 67% mais cabelo em testes contra a calvície

Pesquisadores descobriram que substância extraída da planta nativa do Paraguai potencializa o efeito do minoxidil e acelera o crescimento capilar

Stevia rebaudiana: Planta recebeu nome em homenagem aos descobridores Moisés Giacomo Santiago Bertoni e ao químico Ovidio Rebaudi. Foto: ClickFoz

Adeus, careca!

Um estudo publicado na revista Advanced Healthcare Materials revelou que um composto derivado da estévia — planta originária do Paraguai — pode aumentar em até 67% o crescimento de cabelos em comparação ao tratamento tradicional com minoxidil.

A descoberta abre novas perspectivas para o combate à alopecia androgenética, tipo mais comum de calvície, que afeta metade dos homens brasileiros com mais de 50 anos.

Estévia pode turbinar o efeito do minoxidil

A pesquisa, conduzida por cientistas da Universidade de Sydney, na Austrália, foi divulgada em 7 de outubro. O estudo propõe o uso do esteviosídeo, composto natural da planta Stevia rebaudiana, como um agente de solubilização capaz de ampliar a eficácia do minoxidil — medicamento amplamente utilizado para estimular o crescimento capilar.

De acordo com os pesquisadores, o minoxidil apresenta baixa absorção cutânea, já que se dissolve mal em água e penetra pouco na pele, atingindo raramente os folículos capilares. O esteviosídeo, por sua vez, facilita a absorção do medicamento, permitindo que ele alcance as células-tronco responsáveis pela regeneração dos fios.

Para testar a hipótese, os cientistas desenvolveram um adesivo de microagulhas dissolvíveis que combina minoxidil e esteviosídeo. Nos experimentos realizados em camundongos com alopecia induzida, o grupo que recebeu o novo tratamento teve 67% da área calva recoberta de pelos em 35 dias, contra 26% do grupo que utilizou apenas a versão tradicional do minoxidil.

“Usar o esteviosídeo para potencializar a absorção do minoxidil representa um avanço promissor rumo a tratamentos mais eficazes e naturais contra a queda de cabelo”, destacou o coautor do estudo, Lifeng Kang, em nota à imprensa.

Os próximos passos da equipe incluem aperfeiçoar a formulação e avaliar o tratamento em seres humanos, o que deve ocorrer após novos testes de segurança e eficácia.

Descoberta
A Stevia rebaudiana tem origem no Paraguai, onde é conhecida por diferentes nomes — erva-doceCaa-Hee ou yerba dulce. Povos indígenas, como os Guarani, utilizam a planta há séculos tanto como adoçante natural quanto agente medicinal.

A descoberta científica da estévia remonta a 1884, quando o naturalista suíço Moisés Giacomo Santiago Bertoni se estabeleceu às margens do rio Paraná, na fronteira entre Paraguai e Brasil, e catalogou a “folha de mel”.

Em 1905, a planta foi batizada oficialmente como Stevia rebaudiana Bertoni, em homenagem a Bertoni e ao químico Ovidio Rebaudi, responsável por isolar e nomear os compostos doces das folhas. Décadas depois, em 1931, os químicos franceses M. Bridel e R. Laveille descreveram com precisão os esteviosídeos, que hoje são amplamente usados na indústria alimentícia e farmacêutica.

Com informações do ClickFoz

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