Pesquisa da UNILA mostra eficácia da cannabis medicinal no tratamento do Alzheimer

A pesquisa foi a mais longa já realizada no mundo testando canabinoides em pacientes com essa condição

Foto ilustrativa Pixabay

Um estudo realizado por pesquisadores da UNILA concluiu que a cannabis medicinal pode tratar pacientes diagnosticados com Alzheimer.

A pesquisa foi a mais longa já realizada no mundo testando canabinoides em pacientes com essa condição.

O ensaio clínico randomizado duplo-cego foi realizado com 28 pacientes de 60 a 80 anos, durante 26 semanas (cerca de seis meses).

O coordenador da pesquisa, Francisney do Nascimento, destaca que este tipo de estudo – randomizado, duplo-cego, placebo-controlado – é o “padrão ouro” dos ensaios clínicos.

“Neste tipo de pesquisa, metade do grupo recebe o medicamento e a outra metade recebe o placebo, e ao final os resultados são comparados”, detalha.

A conclusão a que os pesquisadores chegaram foi a de que o grupo que recebeu o extrato full spectrum de cannabis (combinando 0,350 mg de THC e 0,245 mg de CBD) demonstrou melhoras cognitivas, com base nos resultados do Mini-Exame do Estado Mental (MMSE).

Para Nascimento, a publicação deste artigo é um grande acontecimento. “Este é o primeiro ensaio clínico do mundo que mostra que a cannabis melhora a memória em pacientes com Alzheimer.

Tem outros estudos que, principalmente, mostram que reduz a agitação, reduz a ansiedade. Mas o teste de memória, de fato, o primeiro artigo foi o nosso”, ressalta.

O artigo já foi publicado na revista Journal of Alzheimer’s Disease, e faz parte de uma série de estudos com cannabis medicinal que vem sendo desenvolvida por pesquisadores da UNILA, no âmbito do Laboratório de Cannabis Medicinal e Ciência Psicodélica (LCP).

Ensaio clínico randomizado duplo-cego é considerado o padrão ouro das pesquisas, pois é o que produz os resultados científicos mais robustos (Imagem: autores)
Sair da versão mobile