Depois que o Paraguai bloqueou o orçamento de 2024 da Itaipu (é preciso a anuência dos dois países para liberá-lo), para deixar a usina sem poder pagar seus compromissos financeiros, como forma de pressionar o Brasil a aumentar o preço da energia produzida pela usina, o presidente Lula subiu o tom com o país vizinho.
Agora, ele ameaça romper o acordo sobre a obrigatoriedade de o Brasil ter de comprar a energia da Itaipu que o Paraguai não usa.
A informação foi publicada ontem (25) pelo Jornal de Brasília.
Porém, segundo o jornal, o diretor-geral brasileiro da Itaipu, o ex-deputado Enio Verri, nega que esse seja um revide brasileiro ao boicote paraguaio. “Essa é uma pauta importante para discutirmos no Anexo C”, afirmou ao Jornal de Brasília.
Vale lembrar que cada país tem direito a 50% do que Itaipu produz, mas os paraguaios só usam 17% e vendem os 33% restantes aos brasileiros. Resultado: em 2023, Itaipu foi responsável por cerca de 10% do suprimento de eletricidade do Brasil e 88% do Paraguai.
Resumo da ópera: em caso de rompimento do acordo, os paraguaios terão um prejuízo significativo, porque, só em 2023, o Brasil pagou US$ 232,9 milhões pela energia que comprou do Paraguai (veja AQUI), sem contar a chamada energia produzida acima do previsto.
Por esse motivo, os paraguaios querem aumentar dos atuais US$ 16,71 por kW para US$ 22 por kW, mesmo depois de a hidrelétrica ter pago toda a sua dívida contraída pelo Brasil para construi-la.
Porém, em entrevista ao programa Contraponto, da Rádio Cultura de Foz, na semana passada, o diretor brasileiro de Coordenação da empresa, Carlos Carboni, disse que dentro desse impasse (está mais para lambança, na opinião deste editor), o Brasil quer uma tarifa em torno de US$12, mas o limite que o Paraguai pode aceitar é uma tarifa de US$19,19 (veja AQUI, aos 58 minutos do programa),
