Os metroviários, representados pelo sindicato, optaram por encerrar a greve, recusando propostas de uma nova paralisação na próxima semana. A mesma decisão foi adotada pelos sindicatos dos ferroviários e dos funcionários da Sabesp.
Durante a assembleia, diversas propostas foram apresentadas, desde a continuidade da greve sem interrupções até o encerramento da paralisação com uma nova assembleia programada para os dias 8 ou 9, seguida por uma greve no dia subsequente. Contudo, a maioria dos participantes optou pelo encerramento imediato da greve.
O resultado da votação, anunciado por volta das 21h, revelou que 2.331 votos foram favoráveis ao encerramento da greve, enquanto 587 votaram pela manutenção da paralisação. A proposta de uma nova greve na próxima semana foi rejeitada por 1.161 metroviários.
A greve, que durou 24 horas, foi convocada pelos sindicatos representantes dos trabalhadores do Metrô, CPTM e Sabesp em protesto contra o plano de privatização proposto pela gestão Tarcísio de Freitas. A paralisação impactou mais de 3 milhões de pessoas diretamente na Grande São Paulo, considerando que apenas as linhas do metrô paralisadas atendem diariamente uma média de 2,7 milhões de passageiros.
Os sindicalistas justificam a resistência à privatização alegando que a transferência da operação para o setor privado pode resultar em serviços mais onerosos e de qualidade inferior. Eles citam falhas frequentes, como lentidão e descarrilamentos nas linhas 8-Diamante e 9-Esmeralda, operadas pela ViaMobilidade, como argumento para suas preocupações. Esses problemas levaram a um aumento nas reclamações dos usuários e até mesmo a investigações por parte do Ministério Público.
É relevante observar que, fora da greve, a Linha 9-Esmeralda, operada pela ViaMobilidade, enfrentou falhas nesta quarta-feira, 4, relacionadas a problemas no sistema elétrico que foram relatados desde terça-feira.
Durante a greve, o governador Tarcísio de Freitas criticou o movimento organizado pelos sindicatos e elogiou o desempenho das concessionárias que administram as linhas não afetadas pela paralisação. As linhas 4-Amarela e 5-Lilás do Metrô, assim como as linhas 8-Diamante e 9-Esmeralda da CPTM, mantiveram suas operações normais devido à administração privada.
O desfecho da greve reflete a complexidade dos desafios enfrentados pelo sistema de transporte subterrâneo na maior metrópole do Brasil, destacando a importância das discussões em torno da privatização e suas implicações no cotidiano dos cidadãos paulistanos.