A polícia da Argentina fez na quinta-feira (16) buscas no Casino Iguazú, em Puerto Iguazú, em busca de documentos que comprovem lavagem de dinheiro para o “clã Barakat”, suspeito de tráfico de droga e de ligações com grupos terroristas.
Foram apreendidos computadores da administração do cassino, que, segundo matéria publicada no site Infobae, tem uma característica particular: “a maioria dos apostadores sai do cassino com grandes somas de dinheiro. Questões de azar… ou não”, diz o texto.
O Casino Iguazú serviria de fachada para os negócios dos Barakat, que frequentavam assiduamente o cassino.
Os Barakat são 14 libaneses, dos quais três moram no Paraguai e onze no Brasil. O líder é Assad Ahmad Barakat, mas a operação era comandada por seu sobrinho Hassan Ali Barakat, que as autoridades vinculam ao tráfico de drogas.
O bloqueio de bens dos integrantes do clã, na Argentina, mostrou que eles cruzavam a fronteira centenas de vezes com grandes somas de dinheiro, e usavam o cassino para lavar moedas dos três países, além de dólares.
Hassan Ali Barakat cruzou as fronteiras 620 vezes entre 1 de janeiro de 2015 e 19 de outubro de 2017, incluindo 332 entradas na Argentina, ou em média três entradas por dia.
Nenhum dos 14 libaneses investigados tem negócios em Puerto Iguazú. Mas os fundos combinados que injetaram no cassino equivalem a cerca de US$ 3,7 milhões.
Um dos detidos no Paraguai, em 25 de junho, em Assunção, foi Mahmoud Ali Barakat (40). Ele tinha escritório no centro da capital paraguaia. Os Estados Unidos pediram sua extradição por um caso de lavagem de dinheiro vinculado ao tráfico de drogas.
Os cassinos
O Casino Iguazú pertence à empresa HCI S.A., que possui outros empreendimentos de jogos de azar, como o Casino Café Central, o Iguazú Grand Resort Spa & Casino, o Casino Wanda, o Cataratas Poker Tour & Grand Casino, todos na região da fronteira argentina, informa o Infobae.
Possui ainda empresas hoteleiras – “outro ramo utilizado para lavar dinheiro”, diz o Infobae -, como por exemplo o Panoramic Grand Hotel.
Alerta
A Unidade de Informação Financeira da Argentina já havia alertado bancos, cassinos e casas de câmbio do mundo inteiro para esclarecer a “lavagem de ativos relacionada com o crime organizado ou o financiamento do terrorismo” pelo clã Barakat, que opera a partir de Ciudad del Este.
O centro de operações dos Barakat na cidade paraguaia é a ex-galeria page, agora galeria Uniamérica. A Unidade de Informação Financeira atribui ao clã “delitos de contrabando, falsificação de dinheiro e documentos, extorsão, tráfico de drogas, tráfico de armas, lavagem de dinheiro e financiamento do terrorismo”.
Para a Argentina, o caso Barakat e sua ligação com o terrorismo tem um elemento a mais: suspeita-se que foi o Hezbollah que, em 1994, perpetrou um atentado contra a sede da Associação Mutual Israelita, em Buenos Aires, matando 85 pessoas e ferindo outras centenas.
Fontes: Infobae e ABC Color